Capítulo XIV - Cartago e Roma de 241 a 218
A REVOLTA DOS MERCENÁRIOS EM CARTAGO.
Concluída a paz, Amílcar evacua Eryx e leva os seus mercenários a Lilibeu. Aí demite-se. A paz com Roma significava o fim da influência do seu partido e o reforço dos “agrários” de Hannon.
O comandante de Lilibeu, Gisgo (Gisgão ou Giscão), ocupou-se da evacuação dos mercenários para Cartago. Prevendo desordens e temendo a concentração em África duma tal quantidade de homens em armas, fá-los partir em pequenos contingentes, dando assim ao governo cartaginês a possibilidade de os ir encaminhando para os seus países de origem.
Capítulo XV - Aníbal Barca desafia Roma
A SEGUNDA GUERRA PÚNICA
O COMEÇO DA GUERRA.
Aníbal regressa a Carthago Nova. Com a presa de guerra tomada em Sagunto recompensa generosamente os soldados. As tropas ibéricas são licenciadas para o Inverno, comprometendo-se a regressar na Primavera.
O seu irmão Asdrúbal assume o comando na Iberia, onde irão permanecer consideráveis forças navais e terrestres formadas em boa parte por líbios. Grandes contingentes de soldados ibéricos são enviados a África.
Necessitando de informações sobre a situação na Itália do norte e para o itinerário, envia “esclarecedores” e agentes à Transalpina e à Cisalpina e recebe embaixadas vindas dessas regiões. As informações que lhe chegam são favoráveis: os gauleses da Itália do norte prometem-lhe o seu apoio; a passagem dos Alpes, se bem que difícil, é praticável.
Capítulo XVI - A conquista do Mediterrâneo
A POLÍTICA EXTERIOR DE ROMA DESDE OS FINAIS DA II GUERRA PÚNICA ATÉ AO INÍCIO DA GUERRA CIVIL.
A SITUAÇÃO NO ORIENTE.
Depois da batalha de Ráfia (em 217), na Palestina do sul, onde as tropas egípcias derrotaram o exército invasor da Síria, atingira-se um relativo equilíbrio de forças no Mediterrâneo oriental entre as monarquias helénicas, a Macedónia de Philippus V, a Síria de Antiochus III e o Egipto de Ptolemaeus IV.
Nos finais do século III, Antíoco ameaçará esse equilíbrio. Com a sua expedição ao Oriente (210 – 205) conseguira restaurar, em quase toda a sua extensão original, o domínio da monarquia selêucida (fundada por Seleuco, general de Alexandre).
Capítulo XVII - progressos culturais em Roma na época das grandes conquistas
A INFLUÊNCIA GREGA.
A influência cultural grega cresce a partir da época da guerra contra Pirro, tornando-se ainda mais intensa aquando das guerras púnicas. Eram então comuns as relações com os gregos da Itália meridional, da Sicília e da própria Grécia.
Chegam à Itália os tesouros de arte saqueados em Siracusa, Corinto e em muitas outras cidades de cultura grega. Em 167 Emílio Paulo trouxe para Roma a esplêndida biblioteca do rei Perseu. Em Itália há agora muitos gregos, escravos, reféns, representantes diplomáticos, etc.
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Capítulo XIX - as primeiras rebeliões de escravos
A REBELIÃO NA SICÍLIA.
As fontes assinalam-lhe antecedentes noutras regiões. Em 199, referem uma grande conjura de reféns cartagineses, procurando sublevar os escravos em Setia e nas cidades vizinhas; dois escravos terão traído, dando-a a conhecer às autoridades. Em 196 rebenta um motim de escravos na Etrúria que teve de ser reprimido pelas armas. Nos anos de 186 e 185 será a vez da Apúlia e da Calábria, com um levantamento de escravos.
Capítulo XX - O movimento dos Gracos
TIBÉRIO GRACO.
O movimento teve causas de natureza política e razões de ordem económica. No plano político, o movimento corporizou o novo partido democrático, desencadeando, contra a classe da nobreza, a luta pelo poder. No plano económico, expressou o arreigado apego à terra das massas camponesas romanas e itálicas, tentando deter o processo de concentração fundiária que as atirava para a miséria. Já com Caio, para além das reivindicações dos camponeses, outros interesses económicos entrarão em jogo.
A ideologia do movimento inspirou-se em boa parte nas concepções conservadoras e utópicas de uma fracção da nobreza. Esses nobiles propunham-se deter o processo de desenvolvimento do latifúndio esclavagista e renovar as camadas camponesas, que consideravam o esteio principal do poderio militar romano. Para alcançar tais objectivos, defendiam que se lançasse mão de uma reforma agrária.
Capítulo XVIII - As causas das guerras civis. A revolução económica e social do século II
AS FONTES PARA A HISTÓRIA DAS GUERRAS CIVIS.
A fonte principal, abarcando quase todo o período das guerras civis, dos Gracos até ao ano de 37, formam-na os livros XIII a XVII da “História romana” de Apiano, que se reúnem sob a denominação comum de “As guerras civis”.
Dispomos também das biografias de Plutarco. As de Tibério e Caio Graco, Mário, Sila, Crasso, Lúculo, Sertório, Cícero, Pompeu, César, Catão o Jovem, Bruto e António.
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Capítulo XXI - A crise de finais do século II
A GUERRA JUGURTINA.
A violenta reacção desencadeada à morte de Caio Graco extinguir-se-á pouco a pouco, com uma parte da nobreza a estabelecer compromissos com os cavaleiros: a liquidação da reforma agrária pelo método da concessão de alguns “pratos de lentilhas” às massas populares foi um deles.
Após o golpe recebido em 121, o movimento democrático vai manter-se por muito tempo em letargia. Os tribunos da plebe, durante esse período, não irão além da apresentação de projectos de lei de segundo plano e de procedimentos judiciais contra as figuras mais odiadas da reacção aristocrática.