Capítulo I - As causas das cruzadas e os seus preparativos
A análise das causas das cruzadas é desde há muito objecto da atenção da ciência histórica. Os estudiosos dos séculos XIX e XX avançaram muitas e diversas explicações para essas investidas de milhões de europeus ocidentais sobre o Próximo Oriente no decurso de quase dois séculos (com interrupções, as cruzadas duraram de 1096 a 1270).
Nos primeiros decénios do século XIX, Friedrich Wilken e J. F. Michaud, seguindo a tradição eclesiástica católica, viam-nas como uma manifestação da religiosidade dos povos da Europa Ocidental de outrora. Teriam sido o resultado de uma sincera e profunda vontade mística. Esses povos queriam arrebatar aos muçulmanos a cidade de Jerusalém, com o chamado Santo Sepulcro, e os restantes “lugares sagrados” da Palestina.
Capítulo II - A primeira cruzada
(Deste capítulo estão editados quatro de nove itens.)
O CONCÍLIO DE CLERMONT E A PROCLAMAÇÃO DA CRUZADA AO ORIENTE.
No Verão de 1095 o papa viaja pela França, convocando para a cidade de Clermont, no dia 19 de Novembro, um concílio eclesiástico.
Vindos de toda a parte, ali se juntam milhares de cavaleiros e eclesiásticos. Acorre também uma enorme quantidade de gente do povo. Como a cidade não podia dar guarida a toda aquela multidão, a planície contígua cobre-se de tendas de campanha.